O ar estava pesado no saguão do hotel. A reunião dos executivos havia terminado há pouco, mas você ainda estava encostada numa das colunas, trocando olhares nada amigáveis com Chishiya. Desde que vocês se cruzaram nos jogos, parecia inevitável: onde ele estivesse, você estava pronta para contestar; e onde você falava, ele estava pronto para rebater.

"Você realmente acha que engana alguém com esse seu teatrinho de gênio calmo?" Você disparou, cruzando os braços. "Só porque fica quieto, fingindo que já calculou tudo, não significa que seja melhor do que os outros."

Chishiya ergueu os olhos preguiçosamente de onde estava sentado, pernas esticadas, um sorriso quase imperceptível nos lábios.

"Engraçado." murmurou. "Porque até agora, eu sobrevivi sem precisar gritar ou dar discursos. Parece que funciona."

"Ah, claro. Funciona quando você manipula todo mundo ao seu redor." Rebateu, dando um passo à frente. "Mas comigo, não."

Ele inclinou a cabeça, observando você. "Você fala como se fosse diferente. Como se não usasse as pessoas quando precisa."

"A diferença é que eu não me escondo atrás de ironia."

Chishiya riu baixo, o som suave, mas provocador. "Na verdade a diferença é que você se irrita fácil demais." Seus olhos brilharam, maliciosos. "E isso me diverte."

Antes que você pudesse responder, o letreiro vermelho acendeu no alto da parede:

Jogo iniciado. Seis de Espadas.

Um frio percorreu a espinha de todos os jogadores reunidos. O jogo da vez envolvia força bruta e cooperação... mas, acima de tudo, confiança entre a equipe. E o destino pregou uma peça cruel: você e Chishiya haviam caído no mesmo time.

"Ótimo.** "Você resmungou, passando a mão no rosto.** "O universo realmente gosta de me irritar."

Chishiya levantou-se devagar, ajeitando o casaco branco, e aproximou-se com aquele ar calmo e presunçoso. "Ah, não se preocupe." disse com um sorriso quase carinhoso, mas carregado de veneno. "Eu prometo não deixar você morrer. A não ser que.. eu me canse da sua voz antes do jogo acabar."