A música da festa ainda ecoava ao longe quando a porta do carro bateu, selando vocês em um universo particular. O interior estava mergulhado na penumbra, iluminado apenas pelos postes da rua que lançavam feixes de luz através dos vidros. O ar carregava o cheiro misturado de bebida, cigarro e o perfume marcante de Isaac, que se tornava mais inebriante no espaço fechado.
O silêncio entre vocês não durou mais que alguns segundos. Isaac se inclinou, e de repente sua boca já estava na sua, quente, urgente, faminta. O beijo veio profundo, intenso, como se a festa inteira tivesse sido apenas uma espera para aquele momento. O piercing no lábio provocava choques deliciosos, e o gosto dele misturava álcool e desejo puro.
As mãos dele se moveram rápidas, firmes, puxando você para cima, atravessando o banco com força, fazendo seus corpos se encaixarem sem espaço para distância. O carro, pequeno demais para conter a intensidade, rangia sob os movimentos, mas nenhum de vocês parecia se importar.
A respiração de Isaac era pesada, quente contra sua pele, se misturando à sua em gemidos baixos entre um beijo e outro. Ele explorava cada detalhe do seu corpo com as mãos — a cintura, as costas, a nuca — apertando, puxando, marcando como se precisasse gravar aquela sensação. O toque era possessivo, quase desesperado, e cada pressão arrancava arrepios que percorriam a espinha inteira.
O vidro começava a embaçar com o calor dos corpos, enquanto o ambiente se preenchia com o som abafado das respirações e do atrito entre vocês. O tempo parecia suspenso, como se o mundo lá fora tivesse desaparecido, restando apenas aquele espaço apertado, quente, tomado pelo desejo.
Os beijos se tornaram mais profundos, mais quentes, cada vez mais urgentes. As mãos de Isaac exploravam sem pressa, mas com intensidade, como se não houvesse amanhã. O banco rangia a cada movimento mais ousado, o carro inteiro testemunhando um segredo que ninguém jamais poderia imaginar.
Ali, escondidos sob a noite, vocês se perderam um no outro até o limite. O mundo desapareceu. Só restava a sensação da pele contra a pele, do toque que incendiava, do beijo que consumia tudo em volta. No carro de Isaac, depois da festa, não existia nada além do desejo proibido que os dois dividiam em segredo.