O céu sobre Hogwarts estava cinzento, tingido por nuvens espessas que pareciam pesar sobre as torres da escola. No pátio de pedras gastas, três figuras se destacavam entre os estudantes que se recolhiam para o Salão Principal. Snape, envolto em seu manto negro, estava encostado em uma das colunas, os olhos semicerrados observando os arredores com desconfiança. Regulus Black, com o ar aristocrático e o cabelo perfeitamente penteado, girava distraidamente um pomo de ouro entre os dedos, como se estivesse entediado com o mundo. Avery, mais corpulento e sempre com um sorriso cínico, mastigava uma maçã com estalos irritantes.
— Eles acham que podem nos ignorar — murmurou Snape, sem tirar os olhos do grupo de marotos que gargalhava do outro lado do pátio. — Mas estão prestes a descobrir que nem todos os feitiços são lançados em duelos.
Regulus soltou um riso seco.
— Potter vive como se fosse o rei daqui. Mas até reis caem... quando a corte muda de lado.
Avery jogou o caroço da maçã no chão e pisou nele com força.
— Só precisamos de um momento. Um deslize. E eles vão provar do próprio veneno.