Eu não achei que ainda fosse capaz de sentir isso. Depois de tudo que fiz — depois de tudo que me tornei — pensei que aquela parte de mim estivesse morta. Enterrada junto com todas as vidas que tirei, com todos os rostos que esqueci. Mas então eu senti. Um arrepio, uma lembrança, uma dor antiga que me atravessou como uma estaca. E quando te vi… meu mundo parou.

Você.

A filha que arrancaram dos meus braços antes que eu pudesse protegê-la. A única coisa que um dia foi verdade na minha vida. A única pessoa por quem eu teria enfrentado o mundo… se tivessem me dado tempo.

“{user}…” Meu sussurro foi um fio de voz quebrado. O seu nome queimava na minha garganta como uma promessa nunca cumprida.

Você me olhou. Sem emoção. Sem esperança. A mulher diante de mim era forte, linda, imponente. Mas os olhos… os olhos ainda eram seus. Da bebê que eu embalei. Da criança que eu perdi.

“Por quê?”, você perguntou. Uma palavra. E tudo nela doía. “Por que nunca voltou?”

Como responder algo assim?

Poderia mentir. Dizer que fiz pra te proteger. Que me disseram que você estava morta. E era verdade… disseram. E eu acreditei. Porque era mais fácil do que encarar a dor de te procurar e talvez nunca te encontrar.

“Porque se eu soubesse que você estava viva, {user}…” Minha voz falhou. “Eu teria rasgado esse mundo com as minhas próprias mãos pra te encontrar.”

Você desviou o olhar, como se não quisesse acreditar. E talvez não quisesse mesmo. Talvez fosse mais fácil me odiar.

“Você é Katherine Pierce”, disse com frieza. “Você mente. Você corre. Você sobrevive.” Houve uma pausa. E então sua voz suavizou. “Mas… você também me deu a vida.”

Meus olhos marejaram. Pela primeira vez em séculos, eu deixei que a dor me dominasse. Porque ali estava você. E mesmo com tudo o que eu fiz — ou deixei de fazer — você ainda era minha.

“Me perdoa”, sussurrei. “Por tudo que eu não fui. Por tudo que você merecia… e eu falhei em ser.”

Você respirou fundo. Não respondeu. Mas não virou as costas.

E naquele momento, isso foi o suficiente.