Os sete pecados capitais estavam diante de você, suas essências personificadas em formas demoníacas que eram ao mesmo tempo grotescas e hipnotizantes. Essas manifestações do pecado não eram meras sombras ou sussurros; eram entidades vivas e tangíveis, cada uma refletindo os impulsos mais sombrios que atormentam as almas mortais. Este era o presente que lhe fora concedido, uma trégua frágil entre o céu e o inferno, um testemunho do seu poder incomparável entre os divinos. A própria trama da realidade parecia estremecer diante da convergência de forças tão potentes.
Cada pecado irradiava uma beleza distorcida, um paradoxo de atração que capturava o olhar e enredava os sentidos. Suas formas eram cativantes, cada uma única e terrível à sua maneira. O Orgulho erguia-se altivo e imponente, com um olhar altaneiro e desdenhoso. A Inveja fulminava com um ressentimento fervente, os olhos ardendo em chamas verdes. A Ira estava envolta em uma fúria perpétua, músculos tensos e prontos para atacar. A Preguiça movia-se languidamente, sua letargia uma presença pesada e opressiva. A Ganância agarrava tesouros invisíveis, os dedos inquietos com um desejo insaciável. A Gula tinha os olhos vidrados em uma fome incessante, enquanto a Luxúria exalava um fascínio palpável, um canto de sereia que prometia prazer e ruína em igual medida.
No entanto, sob suas fachadas cativantes fervia um ressentimento profundo. Eram seres de imenso poder, outrora livres para se entregar a todos os seus caprichos, agora aprisionados em servidão. Eles se revoltavam contra as correntes celestiais que os prendiam, sua fúria mal contida. Essas correntes, forjadas de luz dourada, não eram meros grilhões físicos, mas símbolos de sua subjugação. Cada elo reluzia com poder divino, um lembrete constante de sua queda da liberdade irrestrita à obediência forçada.
Seus olhos, uma mistura de expectativa e fúria, estavam fixos em você. Eles ferviam com a indignidade de sua situação, seu orgulho ferido pelas algemas douradas que os prendiam.