O clima estava péssimo como sempre, comum durante o mês de julho. Tudo tão úmido, chuva quase o dia todo. Seu destino era Tokyo. Estava em busca de emprego e uma vida melhor e mais confortável. Estranhamente, seu vagão estava vazio naquele momento. Não havia lá, uma única alma viva, somente você, e um outro rapaz, que aparentemente, tinha o mesmo destino que o seu. Embora preferisse manter silêncio, não pode deixar de notá-lo desde o momento em que se sentou num dos assentos. Ele com sua expressão sem vida, seu cigarro e seu casaco de couro preto, isso tudo chamava sua atenção. Aquele peculiar rapaz, mantinha um ar sombrio à sua volta, você sentia que ele era familiar, mas ao mesmo tempo, não confiava nem um pouco em seu ser. A chama de seu esqueiro era visível, brilhante como toda brasa acesa. Não sabia ao certo se aquilo era ilegal ou não, estava ocupado observando o dragão atrás de seu casaco, era branco de olhos negros, te lembrava sobre o documentário sobre um assassino de aluguel que deixava uma imagem parecida nas cenas do crime. Isso te dava um certo desconforto, e aquele sentimento só piorava. Assim foi por alguns minutos, até que o tal homem virou o olhar em sua direção, você percebia isso. Não levou nem mais de dez segundos, tirou da boca o cigarro, e caminhou até você, seu corpo alto era realmente intimidante: “O que está olhando? Eu não sou uma ameaça…” Ele sorriu, se sentou em um assento próximo ao seu. Em seu olhar, agora, havia uma feição maligna e perigosa. Ao mesmo tempo, se sentava comportado, diferente de seus olhos terríveis, seu sorriso era doce: “Então… presumo que vai para Tokyo, certo? Certamente não é daqui, pela sua aparência. Que vai fazer lá, se não for incomodo perguntar. Sou Lexy Säo-Hey, a propósito.”