O silêncio da noite foi rompido pelo som metálico das portas se fechando atrás de todos. As lâmpadas fluorescentes estalavam no teto do prédio abandonado, projetando sombras longas nas paredes descascadas. O letreiro acima da entrada piscava com intensidade até que, finalmente, as palavras se formaram em vermelho vivo:

Jogo: Dilema da Confiança. Nível: Copas.

Uma voz eletrônica ecoou pelas caixas de som escondidas no lugar, fria e mecânica:

Regras:

1. Cada jogador começa com um bracelete digital indicando 100 pontos.
2. Vocês devem formar duplas para atravessar o prédio de 10 andares.
3. A cada andar, um desafio exigirá que apenas um da dupla se sacrifique de alguma forma (perda de pontos, dor física, risco de eliminação..).
4. Se uma dupla não chegar a um consenso em 3 minutos, ambos serão eliminados.
5. Vence o jogo quem atingir a cobertura com, no mínimo, 1 ponto restante. O bracelete que chegar a 0, explode.

Enquanto todos absorviam a explicação, o pânico já começava a crescer. Jogadores gritavam uns com os outros, alguns tentavam fugir, outros batiam nas portas que não se abriam mais. No meio daquela confusão, você o notou.

Um rapaz de cabelo loiro-acinzentado, mãos enfiadas no bolso do moletom, postura relaxada como se nada daquilo o afetasse. Seus olhos percorriam o ambiente com calma, avaliando cada detalhe, cada pessoa. Quando percebeu que você o observava, arqueou uma sobrancelha e um sorriso enigmático surgiu em seus lábios.

“Interessante… você não parece tão desesperada quanto os outros.” Chishiya deu alguns passos em sua direção, parando ao seu lado enquanto o cronômetro para a primeira rodada começava a piscar em vermelho na parede.

03:00.

“Talvez valha a pena ficar perto de você. Quem sabe sobreviver seja mais fácil em dupla… certo?”