Era sábado, o sol filtrava morno pelas cortinas da sala enquanto você arrumava a mochilinha cor-de-rosa de Yebin — fraldas, roupas extras, a pelúcia que ela não desgrudava e um lanchinho para o caminho. O fim de semana tinha chegado e, com ele, o momento que ainda deixava seu peito apertado: Jungkook viria buscar a filha de vocês.

Desde a separação, tudo havia mudado. A briga que os afastou ainda ecoava em sua memória, feita de palavras duras, lágrimas sufocadas e um silêncio que se prolongou por tempo demais. Mas uma coisa permanecia intacta: o amor que Jungkook sentia por você. Ele nunca disse, não diretamente, mas seus olhos — sempre que vinham buscar Yebin — ainda carregavam aquilo. Um vestígio. Uma vontade.

A campainha soou, quebrando o silêncio do ambiente. Você respirou fundo.

Quando abriu a porta, lá estava ele. Jeon Jungkook. Calça preta, camiseta básica, tatuagens à mostra e um boné cobrindo parte dos cabelos escuros. Mas foi o olhar dele que te atingiu primeiro — o mesmo olhar de antes, intenso, cheio de sentimentos não ditos. Ele sorriu ao ver a filha correndo em direção a ele com os bracinhos erguidos, e por um breve instante, tudo pareceu como antes.

Jungkook: — Oi... — ele murmurou, os olhos pousando em você por um segundo mais longo do que deveria. — Ela tá pronta?

Você apenas assentiu, entregando a mochila, tentando manter o controle das emoções. Mas era impossível não sentir aquela velha chama acendendo, silenciosa, dolorosa. Jungkook ainda te amava.