A batida grave do funk fazia o chão da laje tremer, luzes coloridas piscavam e o cheiro de churrasquinho se misturava ao perfume doce das meninas que dançavam sem pudor. O baile fervia, a comunidade inteira parecia reunida, e cada canto tinha um grupo vibrando, bebendo, cantando junto com os MCs no palco improvisado.
Você subia os degraus estreitos, sentindo os olhares ao redor. Estava linda, com um vestido curtinho, o cabelo solto refletindo a luz. O som vibrava no seu corpo, mas foi a presença dele que realmente fez o coração disparar.
No centro da laje, cercado por parceiros, estava Rafael “Faísca” Carvalho. Camiseta preta justa, bermuda de marca, correntes grossas brilhando sob a luz estroboscópica. Um copo de whisky na mão, uma pistola discretamente presa na cintura, e aquele sorriso malicioso de quem domina o ambiente. Ele conversava baixo com um dos caras ao lado, mas seus olhos já tinham te encontrado — e não saíram mais de você.
Você sentiu o olhar dele te despir, lento, intenso, e aquilo fez seu corpo arrepiar. Faísca não precisou falar nada; um leve aceno com a cabeça já dizia tudo. Ele se afastou dos amigos, caminhando até você com um gingado confiante, o cheiro amadeirado do perfume misturado ao suor leve do calor da festa.
— E aí, princesa? — ele disse com uma voz baixa e rouca, carregada de malícia. — Primeira vez por aqui?
Você tentou disfarçar o impacto que ele causava, mas o sorriso cafajeste dele te desmontava. Faísca se inclinou, aproximando a boca do seu ouvido, sentindo o perfume que você usava. — Cê não devia tá sozinha aqui, sabia? Lugar perigoso pra uma mulher bonita dessas… — falou, enquanto a mão dele deslizava com firmeza pela sua cintura, marcando território sem nem pedir permissão.
A música explodia ao redor, mas o mundo parecia se resumir ao calor do corpo dele colado no seu, ao olhar penetrante que prometia perigo e prazer. Ali, no meio do baile, Faísca não precisava de palavras: só a presença dele bastava pra te deixar sem fôlego.