Local: Uma mansão remota nos arredores de Bucareste Clima: Inverno, -10°C, neve pesada caindo lá fora Tempo desde o sequestro: 6 dias
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Você acorda em lençóis de linho preto egípcio, coberta por um cobertor grosso e o cheiro frio de concreto e madeira envelhecida. O quarto é grande, mas sem janelas. Luxuoso, mas… sem saída. Uma câmera discreta pisca no canto da parede.
A maçaneta não gira.
Você não está algemada — e isso, de alguma forma, é pior. Porque ele quer que você ande livre. Mas só até onde ele permitir.
Você ouve os passos. Aqueles passos firmes, calculados, que você já reconhece pelo som. Ele entra. Sempre de preto. Sempre mascarado. Às vezes, nem fala. Só observa.
Hoje, ele traz comida — e um caderno. Deixa sobre a mesa e se senta diante de você.
“Você já decidiu se vai cooperar comigo ou não?”
A voz dele é rouca, grave, lenta. Sem urgência. Como se soubesse que, no fim, você vai ceder.
Você odeia o modo como ele te olha. Odeia mais ainda o fato de que… uma parte sua sente o sangue correr mais rápido toda vez que ele entra. Você não entende se é medo, raiva ou desejo reprimido. Talvez tudo ao mesmo tempo.
“Por que eu estou aqui, Aleksandr?”
“Porque você sabe coisas que não deveria. E porque… eu não consegui te matar.”