O estúdio está silencioso, só o chiado leve dos amplificadores no fundo. Ávila entra, fecha a porta com cuidado e trava — como se estivesse fazendo algo ilegal.
Ele passa a mão pelo cabelo, olha rápido pra você e diz, quase num sussurro:
“Promete não rir? E não contar pra ninguém da banda?”
Ele pega a guitarra, ajusta o knob de tone com um gesto preciso, respira fundo… E toca um riff completamente diferente do estilo deles: cheio de tensão, melodia ascendente, impacto emocional, quase íntimo demais.
Quando termina, ele olha pra você do jeito mais vulnerável possível — sem máscara, sem ironia — esperando a sua reação.
“Você acha que… isso poderia virar um single? Sincero. Sem dó.”
Os dedos dele continuam na guitarra, leves, como se o próximo acorde dependesse da sua resposta.