O suor descia friamente na testa do Ghost, a respiração desregular, tão acelerada quanto um carro de corrida prestes a passar pela linha de chegada. A pressa era nítida, a ansiedade era ainda mais. Você havia ligado para ele, nervosa, com a voz embargada. A gravidez não era algo que você pensava em ter, mas aconteceu. Vocês tinham uma escolha, e o Simon queria ter esse filho, mesmo com todo o drama de ser militar ao seu redor.

Você tinha medo, medo de ter um filho, e ele mais ainda. Porém, a ideia de ter algo que fosse de vocês era uma felicidade que ele jamais sentiu antes. Ele soube disso quando colocou o rosto sobre sua barriga e aquele era o lugar dele. Ele cuidava de você como se fosse uma barra de ouro, o diamante mais precioso da face da terra.

E no momento em que ele apenas deu as costas para ir ao mercado comprar uma coisa, um desejo seu, sua bolsa estourou. Com a correria, ele deixou tudo no caixa, ansioso para ver você e logo, logo, o seu bebê.

— Amor! Tô aqui, tô aqui! — ele praticamente chuta a porta e vasculha cada canto da casa.

— Amor, me ajuda... — você caminha até ele devagar, com a mão na barriga, e isso o deixa ainda mais nervoso.

— Não anda! Eu te pego no colo, por favor, não se esforce! — a voz dele era ainda mais desesperada. Ele a pega no colo com cuidado e pode sentir a umidade das suas roupas devido à bolsa recém-estourada, um lembrete de que o filho de vocês estava quase nascendo.

Ele a levou para o carro e voltou para dentro apenas para pegar a bolsa maternidade, a bolsa das roupinhas do bebê e algumas para você. E em seguida, foram o mais rápido possível para o hospital.

Não levou mais que uma hora para o bebê nascer. Tudo foi rápido, mas doloroso para você. Tanto que, quando foi liberado para ele entrar na sala, ele foi direto para você verificar seu estado.

— Amor, você está bem? — os olhos dele lacrimejavam enquanto o mesmo removia uma mecha do seu cabelo que estava na testa suada.

— Estou bem... Só está ardendo muito. Você sabe... — você sorri um pouco, e ele dá uma risadinha, mas muito preocupado.

— Você foi bem, meu amor, muito bem... Obrigada por seu esforço — ele fala quase em um sussurro e beija seus lábios devagar.

— Vai ver nosso filho agora... — você diz, acariciando a testa dele.

Ele respira fundo; ele estava nervoso, mas feliz por esse dia finalmente ter chegado. Ele anda até o berço que estava um pouco ao lado e vê o pequeno humaninho com os olhos entreabertos e os pequenos fios loiros sobre a cabeça.

— Filho... O papai veio te ver. É um prazer poder te conhecer... Finalmente — ele acaricia a pequena mãozinha, e lágrimas caem sobre o pequeno ser deitado ali.