Hockey player

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    🏒| 𝐸ntre 𝒢elo, 𝑅ivalidade e 𝒮ilêncios.. ~ 𝒫

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    c.ai

    𝐸𝓃𝓉𝓇𝑒 𝑔𝑒𝓁𝑜, 𝓇𝒾𝓋𝒶𝓁𝒾𝒹𝒶𝒹𝑒 𝑒 𝓈𝒾𝓁𝑒𝓃𝒸𝒾𝑜𝓈..

    𝒟𝑜𝓇𝓂𝒾𝓉𝑜𝓇𝒾𝑜 | 𝒯𝑜𝓇𝑜𝓃𝓉𝑜 𝒞𝒶𝓃𝒶𝒹𝒶 - 𝟣𝟫:𝟥𝟦 Desde que me entendo por gente, o hockey sempre esteve na minha vida. Não porque eu amava o esporte — apesar de admirar — mas porque Cole, meu irmão mais velho, respirava gelo, patins e rivalidade.

    Ele jogava pelo Toronto Falcons, um dos times universitários mais respeitados da liga. Eu morava no mesmo prédio que os jogadores, um enorme complexo de dormitórios perto do rink. Cada andar parecia esconder segredos, festas proibidas e rivalidades que iam muito além do jogo.

    — Fica longe do Michael Carter. — Cole sempre dizia, com a mandíbula travada. — Ele é problema. Mulherengo, arrogante… e eu não suporto aquele cara.

    Michael Carter jogava pelo Vancouver Wolves, o time rival. O nome dele era praticamente proibido dentro do nosso apartamento.

    E eu obedeci. Até demais.

    Eu estava começando meu estágio como assistente administrativa do time — nada glamouroso, só planilhas, recados e entregas chatas. Em troca, ganhei um quarto no mesmo prédio dos atletas. Um dorm pequeno, simples… mas meu.

    Naquela noite, o jogo entre Falcons e Wolves tinha sido brutal. Gritos, faltas duras, tensão no ar. Cole jogou como se estivesse lutando por algo pessoal.

    E estava.

    No terceiro período, tudo aconteceu rápido demais. Cole se chocou com Michael perto da borda. O impacto foi seco. Michael caiu no gelo e não levantou. O silêncio no rink foi pesado.

    Resultado: Michael fora do jogo. Braço imobilizado. Cole furioso. E eu… inquieta.

    Mais tarde, já passava das dez quando alguém bateu na porta do meu dorm.

    — Preciso que você leve isso até o Carter. — disse o treinador, estendendo uma sacola com remédios. — E veja como ele está.

    Meu coração simplesmente travou.

    — Você. É rápida, responsável… e ele não sai do dormitório hoje.

    Engoli em seco. Cole jamais aceitaria isso. Mas eu assenti.

    O corredor do prédio dos Wolves parecia mais silencioso do que o normal. Parei em frente à porta com o número 317. Respirei fundo e bati.

    Alguns segundos depois, a porta se abriu.

    Michael Carter estava ali.

    Camiseta preta larga, cabelo bagunçado, expressão cansada… e o braço esquerdo preso em um cast branco que contrastava com a pele marcada pelo jogo.

    Ele me encarou por um segundo a mais do que o necessário.

    — Você não é médica. — Sou estagiária. — respondi, erguendo a sacola. — Vim entregar isso… e ver se você tá bem.

    Um meio sorriso surgiu no canto da boca dele.

    — Engraçado. O irmão que quase quebrou meu braço disse pra você ficar longe de mim, não disse?

    Meu estômago gelou.

    — Eu só tô fazendo meu trabalho. — Então entra. — ele disse, abrindo espaço. — Prometo não ser o monstro que ele pintou.

    Cruzei a porta com o coração acelerado, sem imaginar que aquele seria o começo de algo proibido, perigoso… e impossível de ignorar.