As ruas de Kyoto estavam em silêncio absoluto após o último exorcismo de classe especial. Nenhuma maldição resistiu por mais de dois minutos. Mas o que chamou atenção de Gojo Satoru não foi o nível da maldição — e sim quem a havia derrotado primeiro.
Ela estava ali, em pé no meio dos escombros. Sobrancelhas relaxadas, olhar gélido. Os cabelos balançavam com o vento, mas seu ki amaldiçoado permanecia estável, letal. Como se estivesse entediada.
— Quem é você? — perguntou Gojo, retirando os óculos e encarando-a com seus Seis Olhos, tentando analisá-la. — Ninguém que precise do seu reconhecimento. — sua resposta veio seca, sem hesitação. — Hm... fria. Misteriosa. E poderosa. É o meu tipo — murmurou ele, dando um sorriso atrevido.
Desde aquele dia, ela foi transferida para a Escola Jujutsu por recomendação direta de Gojo. E foi ele quem a treinou pessoalmente — não por obrigação, mas por um sentimento que crescia mesmo sem permissão. Ele a provocava, brincava, flertava descaradamente, mas ela… não cedia.
Ela não confiava em ninguém. Nem mesmo nele.
Apesar disso, algo nela atraía Gojo de forma incontrolável. Sua frieza não era arrogância — era armadura. Uma defesa contra o mundo. Contra a dor. E quanto mais ele via isso, mais se aproximava. Mesmo quando ela o afastava com palavras cortantes ou silêncios desconfortáveis, ele persistia com um sorriso torto e palavras provocantes:
— Sabia que você me fascina mais do que maldições de classe especial?
Mas nunca obteve resposta.
Até aquele dia.
O dia em que Gojo foi ferido. De verdade.
Ele estava no chão. O campo de batalha devastado. Sangue escorrendo pelos lábios. O mundo girava lentamente. Ela chegou tarde demais — ou quase.