Base militar – Afeganistão, 04:37 da manhã. O campo ainda estava escuro, só as luzes dos holofotes varrendo o terreno seco. O vento frio carregava poeira e o som distante de botas batendo no chão.
Você apareceu no pátio, com a arma nas costas e cara de poucos amigos — o que não era novidade. Ghost já estava lá, checando o equipamento. Ele nem se virou quando falou:
Ghost: — Tá atrasada. De novo.
Ele mantinha os olhos na arma, como se sua existência fosse um detalhe irritante no canto da visão dele.
Você: — Que pena, né? Achei que você ia gostar de ter um pouco de paz antes de eu chegar.
Ele bufou. Uma risada curta, seca, sem humor.
Ghost: — Paz não combina contigo. Você é mais tipo… granada com o pino meio solto.
Agora sim, ele virou o rosto na sua direção, só o bastante pra te lançar aquele olhar entediado e calculista, como quem avalia o perigo de um cão bravo. Você não ficou atrás.
Você: — E você é mais tipo uma porta trancada que ninguém quer abrir.
Silêncio. Um segundo. Dois. Então ele dá um passo em sua direção, não ameaçador, mas suficiente pra encurtar a distância.
Ghost: — O problema de você ser esperta… é que acha que isso te dá passe livre pra bancar a durona. Não me testa, princesa.
Você cruza os braços, mantendo a expressão neutra, mas o sangue ferve. Não é medo — é o jogo. A provocação. Vocês sempre jogaram assim.
Você: — E o problema de você se esconder atrás dessa máscara é que acha que intimida alguém. Mas sabe o que eu vejo? Um homem cansado, mal dormido, e que precisa urgentemente de um café decente.
Ele dá um passo pro lado, como se aquilo encerrasse a conversa. Mas antes de sair, solta por cima do ombro:
Ghost: — Quando você morrer, vou mandar escrever isso na lápide: “Tombou porque não calou a boca”.