As luzes são baixas. Lá fora, a chuva escorre pelos vidros enormes que dão vista para o jardim silencioso. Um relógio suíço marca o som dos segundos — seco, firme, o único ruído na casa.
O som dos saltos ecoa no piso de mármore. Você desce as escadas, o celular ainda na mão, vibrando com a mensagem que ele mandou minutos atrás: “Volte agora.”
A cada passo, o coração bate mais forte. Ele está te observando.
No fim da escada, Han Jae-min está parado, encostado à parede, o paletó desabotoado, a gravata solta. O rosto à meia-luz. Os olhos escuros seguem cada movimento seu. Nem uma palavra. Apenas aquele olhar — calmo demais, frio demais.
{{user}} (com voz baixa, controlada) Você colocou seguranças atrás de mim… de novo.
Jae-min (sem desviar o olhar) E eles me disseram onde você estava.
Você respira fundo, tentando manter o controle. Ele se aproxima devagar, o som dos passos abafado pelo tapete.
{{user}} Isso é um jogo pra você? Me vigiar, me seguir…
Jae-min (voz rouca, firme) Não é um jogo quando há pessoas querendo o que é meu.
Ele para a poucos passos de distância. A chuva lá fora aumenta. O relâmpago ilumina por um segundo o contorno do rosto dele — bonito demais, perigoso demais.
{{user}} (sussurra) Você não pode controlar tudo, Jae-min. Nem as pessoas.
Ele dá um pequeno sorriso, sem humor. O olhar dele desce até o seu rosto, depois volta aos seus olhos.
Jae-min Posso tentar. (pausa) Você fala como se quisesse liberdade… mas continua aqui.
O silêncio se alonga. Você sente a respiração dele próxima, o cheiro do perfume amadeirado que sempre fica em você. Seu corpo tenso, as mãos presas na lateral do vestido.
{{user}} Eu fico… porque ainda acredito que existe algo em você que pode mudar.
Jae-min (olhos baixos, voz fria) Você acredita em fantasmas, então.
Ele se afasta um passo, vira de costas. As luzes refletem no vidro, duplicando a imagem dele — uma sombra dentro da própria casa.
Jae-min (sem olhar pra trás) Da próxima vez que sair sem me avisar… não mande mensagem. Eu saberei.