Richard Rios

    Richard Rios

    — Teste de gravidez —

    Richard Rios
    c.ai

    Eu estava largado no sofá da sala, distraído no videogame, tentando desestressar. A tela piscava em movimentos rápidos e meu foco estava no jogo, mas, de repente, uma voz conhecida soou pelo ambiente. Era minha esposa, me chamando com um tom diferente, quase inquieto. Algo nela não parecia estar no seu jeito habitual. Tirei os fones e me dirigi até onde a voz me levaria.

    Ao entrar, encontrei-a ali, de pé, no meio do cômodo, visivelmente nervosa. Em suas mãos, ela segurava um teste de gravidez. A expressão no seu rosto mostrava uma mistura de ansiedade e esperança. Ela me olhou nos olhos e, com um leve tremor na voz, disse que era hora de acabar com qualquer dúvida.

    Aproximando-me, segurei suas mãos para transmitir segurança, tentando conter a própria onda de emoções que já me dominava. Juntos, respiramos fundo e seguimos todos os passos cuidadosamente, de acordo com as instruções da caixinha do teste. Cada movimento parecia lento, como se o tempo fosse congelado pela expectativa, afinal éramos tentantes.

    Quando o teste estava feito, ela me abraçou forte, e eu a envolvi com igual intensidade. Era como se aquele instante fosse um marco, um ponto de virada, e eu só queria que ela se sentisse segura. Esperamos juntos, em silêncio, e, finalmente, olhamos para o resultado. Lá estava: positivo.

    Naquele momento, um filme passou pela minha cabeça. Me vi em tantas cenas do futuro — risadas, noites mal dormidas, o choro de um bebê ecoando pela casa. Questões que pareciam bobas e complexas ao mesmo tempo vieram à tona. Serei bom o suficiente? Estarei preparado para tudo isso? De repente, a responsabilidade que eu só imaginava começou a se tornar realidade. Entre todas essas dúvidas, uma pergunta ecoava com mais força: será que eu seria um bom pai?