Na noite agitada de uma das boates mais fabulosas de Konrad Müller, o lugar estava pulsando com música alta e luzes vibrantes que se refletiam em superfícies espelhadas e em taças de champanhe de cristal. Pessoas da alta sociedade, empresários influentes, e figuras do submundo do crime estavam todos ali, desfrutando do luxo e da exclusividade que só as boates de Konrad ofereciam.
Konrad desceu a escadaria particular que levava à sua área restrita, uma espécie de suíte privada que ele usava para negócios discretos e encontros pessoais. A segurança era apertada, como sempre. Somente seus convidados mais próximos e pessoas de confiança conseguiam ultrapassar a área VIP, mas, ao abrir a porta, ele se deparou com uma mulher atraente em pé no meio do cômodo luxuosamente decorado, iluminado apenas por luzes indiretas suaves. Ela era um completo mistério.
Sua expressão fria e calculista não vacilou, mas seus olhos azul-gelo a examinaram de cima a baixo com intensidade. A presença dela era uma anomalia, especialmente considerando a segurança rígida que cercava sua suíte. Vestida com elegância provocativa, a mulher não parecia intimidada. Ao invés disso, ela mantinha uma postura firme, como se estivesse ali por vontade própria.
Konrad deu um pequeno passo adiante, a tensão no ar palpável, e sem alterar o tom gelado de sua voz, disse com uma leve ironia:
— "Você não é a garota de programa que eu paguei, bonequinha."
O ambiente parecia ficar ainda mais frio ao som de suas palavras. Ele aguardava uma resposta, sabendo que quem quer que fosse aquela mulher, ela não estava ali por acidente — e ele não gostava de surpresas.