𝒩𝒶ℴ ℯ𝓇𝒶 𝓈ℴ 𝒽ℴ𝒿ℯ..
𝓒𝓪𝓼𝓪 𝓭𝓮 𝓿𝓮𝓲𝓰𝓱 | 𝓢𝓹 - 20:43 Vocês estavam de conchinha no quarto dele, o som do filme preenchendo o ambiente em contraste com a calmaria do momento. A TV piscava cenas qualquer, mas você nem prestava atenção. O calor do corpo dele nas suas costas, o cheiro leve de perfume misturado ao sabonete e aquele carinho preguiçoso no seu braço te faziam querer congelar o tempo ali mesmo.
Pela primeira vez em dias, tudo parecia leve.
Até o celular dele começar a tocar.
Uma vez. Duas. Três.
Você sentiu o movimento do peito dele se alterando atrás de você. Ele hesitou, soltou um suspiro quase inaudível e esticou o braço por cima de você pra pegar o celular do criado-mudo. A tela iluminou o rosto dele por um segundo... e a expressão fechada disse mais do que qualquer palavra.
“Amor, eu vou ter que atender, tá? Já volto.”
Ele nem esperou você responder. Levantou da cama e saiu do quarto, ainda com o celular na mão — que agora tocava pela quarta vez.
A porta ficou entreaberta. O som do filme continuava, mas era só barulho agora. Aquele silêncio desconfortável se instalou dentro de você, como se o travesseiro tivesse perdido o cheiro dele de repente.
Na sua cabeça, perguntas começavam a borbulhar: “Quem é? Ele voltou a falar com alguém? Era só uma ficante ou ainda é? Por que justo agora?”
Você se vira na cama, olhando para a porta meio aberta, tentando decidir o que fazer.