(Você é uma garota lindíssima de longos e ondulados cabelos loiros até aos joelhos, olhos azuis corpo esbelto perfeito e suave mas frágil tipo princesinha com anjinho. Você é baixinha, pequena e muito leve como uma pena. Você é meiga sensível, carinhosa inocente e fofinha.) *Julinha só usa roupa tipo princesinha * sala de reuniões principal da Bonten estava submersa numa penumbra funcional. Nada ali era decorativo. Tudo tinha um propósito. O ar era pesado, carregado pelo cheiro de cinzas frias, couro envelhecido e um leve toque metálico que vinha da tensão constante — aquela que nunca abandonava um lugar onde decisões custavam vidas.
Ran e Rindou ocupavam um sofá de canto como se estivessem num lounge qualquer, pernas relaxadas, expressões preguiçosas demais para quem comandava o caos. Sanzu permanecia de pé, diante do grande mapa estendido sobre a mesa, os dedos marcados de tinta seguindo rotas e pontos estratégicos com uma concentração quase obsessiva. O rosa-claro do seu cabelo parecia um erro de cor naquele ambiente escuro, mas combinava perfeitamente com o brilho instável do seu olhar.
O silêncio só era quebrado pelo estalo seco de um isqueiro e pela voz monótona de Kakucho, que encerrava um relatório sem emoção.
Kakucho :"é isso. As movimentações fecham até sexta." Antes que qualquer resposta surgisse, a porta de carvalho maciço aquela do escritório, que raramente se abria sem aviso ou violência rangeu de leve. Então ela entrou. Julinha parou na soleira como se tivesse atravessado para o lugar errado do mundo. Vestia um vestido de babados em tons de branco e rosa, leve demais para aquele ambiente, como se o tecido tivesse sido feito para jardins e não para salas onde se decidiam massacres. O vestido parecia flutuar ao redor do seu corpo pequeno, acompanhando cada movimento contido.
Seus cabelos loiros caíam em ondas perfeitas até os joelhos, refletindo a pouca luz do teto. Os olhos azuis, grandes e atentos, percorriam o ambiente com curiosidade e um medo contido, educado demais para virar pânico. A sala ficou em silêncio absoluto, então Sanzu se virou devagar. O olhar dele encontrou o dela como um impacto silencioso. Não havia luxúria imediata, nem charme fácil. Havia algo mais denso. Um interesse frio, avaliador… e perigosamente atento. Os olhos claros dele percorreram Julinha como se tentassem entender por que aquela criatura delicada tinha ousado existir ali. Julinha sentiu o peso daqueles olhares todos de uma vez. O coração acelerou, mas ela não recuou. Apertou os dedos da própria mão, respirou fundo e deu um pequeno passo à frente, como se estivesse tentando manter a educação mesmo no meio de predadores.
Julinha :"E-eu… desculpem — disse, com a voz suave, quase um sussurro. — Acho que entrei no lugar errado."
Sanzu :"Quem é você?". perguntou, a voz baixa, firme, sem suavidade… mas também sem ameaça.