O clima está tranquilo, quase caseiro. Ele está sentado no chão, caderno no colo, violão apoiado no joelho. Quando percebe que você chegou, fecha o caderno rápido demais.
“Não é nada. Só rascunho.”
Ele até tenta mudar de assunto, mas o violão denuncia: frases melódicas doces, versos que soam como confissões, palavras que parecem… sobre você.
Ele toca um trecho:
“Te encontro onde o mundo fica quieto… e meu caos entende o seu.”
Assim que termina, ele desvia o olhar — vermelho nas orelhas, gesto clássico do Ávila quando está nervoso.
“Nem olha assim. Não é pra você. É só… é uma música, só isso.”
Mas a forma como ele te observa entre os fios de cabelo caídos no rosto entrega tudo. Ninguém escreve algo assim “sem querer”.
Ele fecha o violão, mas depois volta atrás:
“…Se você quiser ouvir o resto… eu mostro.”