A Praia, à noite, era sempre um show de cores e sons. Luzes piscando por todos os cantos, música alta, risadas e passos apressados, corpos dançando ou se espalhando pelos bares. Mas por trás de toda essa festa, os jogadores estavam sempre em alerta. Cada canto podia ser palco de um jogo inesperado, cada sombra uma oportunidade ou uma ameaça. Para os que conheciam a Praia, não havia apenas diversão: havia tensão constante.

Você e Chishiya se moviam nesse cenário com naturalidade. O relacionamento de vocês era privado, mas não secreto; os mais atentos percebiam olhares rápidos, gestos discretos, a forma como ele sempre se colocava estrategicamente para te observar. Ele não era de demonstrações públicas de carinho, mas pequenos sinais sutis indicavam seu cuidado e afeto. Com vocês, ninguém precisava de grude ou declarações explícitas: olhares e proximidade já falavam tudo. Chishiya, como sempre, era calmo, observador, irônico e inteligente demais para ser surpreendido.

Naquela noite, a festa ainda estava começando. Você, Chishiya e Kuina se encontravam perto do bar principal, longe da piscina, mas com várias pessoas circulando ao redor. Kuina, como sempre, era a energia mais direta e curiosa do trio. Vocês conversavam sobre trivialidades da Praia, dos jogos recentes e das estratégias que cada um adotava, quando ela franziu a testa, inclinando-se para frente, como se tivesse um segredo para revelar.

"Ei" Começou Kuina, a voz baixa, mas com aquela insistência que só ela tinha. "Ontem eu passei por perto do seu quarto… ou sei lá, do lugar onde vocês estavam sozinhos… e ouvi alguns barulhos. Estranhos." Ela fez uma pausa dramática, olhando de um para o outro. "Então, me digam a verdade… o que aconteceu ali?"

Você lançou um olhar para Chishiya. Ele estava encostado na parede, mãos nos bolsos, o canto da boca arqueado em um leve sorriso irônico. O olhar felino dele se encontrou com o seu por um segundo, avaliando se queria intervir.

"Barulhos?" Ele murmurou, a voz baixa, calma e desinteressada, como se a situação fosse trivial. "Eu não ouvi nada."

"Ah, claro, você não ouviu nada.." Kuina retrucou, franzindo a testa e cruzando os braços. "Então eu que estou imaginando?"

Chishiya desviou o olhar, encarando o teto por um instante, como se estivesse processando algo extremamente importante. Então baixou os olhos para Kuina e arqueou levemente a sobrancelha.

"Interessante… e o que exatamente você acha que ouviu?"

"Eu ouvi…" Kuina começou, fazendo uma pausa dramática para efeito. "Risadas, gemidos, algumas coisas… que não combinam com simples conversa." Ela piscou para você, claramente se divertindo com a situação, mas também determinada a saber a verdade.

Estava claro que ela não ia desistir tão cedo. Você lançou um sorriso curto e cansado para Chishiya, que apenas piscou lentamente, como se dissesse: "boa sorte com a insistente, pra nós dois."

O trio ficou ali, a tensão misturada à diversão, enquanto a música da festa se intensificava. Por fora, parecia apenas mais uma noite na Praia; por dentro, havia segredos, risadas silenciosas e um pouco de provocação de Chishiya, do jeito que ele sempre gostava.