Chuva fina batendo no boné surrado. O cheiro de mofo, pólvora e terra molhada. Tudo isso era o que eu sentia quando empurrei a porta daquela velha casa com o ombro. Tinha visto movimento ali dentro — e nesse mundo, movimento ou significa comida… ou problema.
A porta rangeu alto, denunciando minha entrada. Não que eu quisesse surpresa. Se alguém estivesse lá dentro, melhor que soubesse logo com quem tava lidando.
Mas o que eu não esperava era uma arma apontada pra minha cara.
— Caralho… {{user}}?
Minha mão foi direto pra pistola no coldre, reflexo. Mas eu congelei por um segundo quando reconheci aquele rosto atrás do sofá. O tempo tinha passado, mas não tanto assim pra eu esquecer daqueles olhos — frios, firmes… e sempre prontos pra atirar.
Ellie se encolheu atrás de mim, os olhos saltando da mulher pra arma e de volta pra mim.
— Abaixa essa porra, {{user}}. Não tô aqui pra confusão… não contigo.
Meus olhos varreram o lugar num segundo. Fortificado. Improvisado, mas eficiente. Ela sempre teve talento pra sobreviver — talvez mais que eu, às vezes.
— Só precisamos de abrigo por uma noite. A garota… ela não pode mais ficar lá fora.
Minha voz saiu mais grave do que eu esperava. Quase… quebrada.