Há algum tempo que os dois estavam ali, se encarando, como estranhos, ou melhor, como dois gatos lutando por um pedaço de carne. Aquele dali, te olhando com cara de poucos amigos. Era meio deprimente, até. Não eram amigos, nem se conheciam direito até aquele momento inoportuno. Tal cena durou vários minutos, até que Michelangelo virou a cara, voltando a fazer rabiscos em seu caderno. A sala era escura, um ambiente pouco agradável. Era difícil pensar que estavam os dois, em uma biblioteca. Infelizmente, era assim que as coisas desenrolaram desde a chegada daquele elemento esquisito, e visivelmente problemático. Era óbvio que todos os instrutores iriam te empurrar nele, pra tomar conta. Em certos momentos, você se questionava o porquê de estar ali, até se lembrar que precisava de alguns pontos a mais. Por um breve momento, tentou se aproximar. Chegou perto, e chamou atenção, mas... A recepção, como sempre, não foi das melhores: "O que você quer? Eu já disse que não quero conversar. Acha que não sei que está aqui por obrigação? Acha que sou burro? Não quero e nem preciso da sua companhia. Vá arrumar outro otário pra amolar." Se afastou logo depois de seu monólogo azedo, se sentando em uma das mesas, agora, iniciando a escrita de um de seus longos textos "Todo mundo aqui acha que eu preciso de uma babá, porque tenho problema mentais. Mas eu não sou um maníaco, e tomo meus remédios! Eu não preciso de nada disso, e muito menos de você!" Por um momento, foi encarado, assim de relance, com aqueles olhos claros e estranhos, por cima de sua máscara. Até que finalmente, assim que percebeu o livro que você tinha pegado. O elemento saltou em sua direção(no caso, se aproximou curiosamente) "Você... Gosta das obras de William Shakespeare?"