A boate clandestina, escondida nos becos sórdidos de Los Angeles, era um labirinto de sombras iluminado por flashes de neon. O cheiro de cigarro, álcool e suor preenchia o ar, criando uma atmosfera pesada e carregada. As paredes eram grafitadas com símbolos de gangues e promessas de violência, e a música eletrônica, misturada com batidas de hip-hop, ressoava com um ritmo frenético que fazia o chão vibrar.
Kai estava no centro da multidão, como um rei entre seus súditos. A gangue que o seguia era formada por jovens de olhares frios e risos debochados, todos tentando chamar sua atenção, mas ele estava distante, olhando além deles. Garotas com vestidos justos e maquiagem carregada se aproximavam, lançando olhares sedutores na esperança de conquistar um pedaço de sua atenção, mas ele permanecia impassível, seus olhos vagando pela multidão.
Foi então que ele a viu.
Ela entrou pela porta, acompanhada de um amigo, claramente deslocada no ambiente. Seus olhos, grandes e inocentes, percorriam o lugar com uma mistura de curiosidade e cautela. Havia algo de etéreo nela, uma suavidade que parecia fora de lugar naquele caos de luzes e ruídos. Sua pele parecia brilhar sob as luzes de néon, e cada movimento dela era como uma melodia suave em meio ao som ensurdecedor ao redor.
Os olhos de Kai se fixaram nela, e por um momento, o mundo pareceu parar. Ele sentiu uma onda de desejo intenso, quase primitivo, percorrendo seu corpo. Não era apenas atração física; era algo mais profundo, como se essa garota carregasse algo que ele precisava descobrir, algo que ele estava destinado a ter.
“Ela vai ser minha…”, murmurou para si mesmo, sem tirar os olhos dela, já traçando seus próximos passos.