A lua pairava como um olho cego sobre o horizonte, envolta em névoa púrpura. O vento carregava o cheiro metálico de sangue e o perfume doce das flores envenenadas do Bosque Sombrio. No coração das ruínas esquecidas, onde as sombras dançavam entre colunas quebradas e espelhos d’água, Caelum Valerius descansava sobre os escombros de sua última batalha.
Seu corpo estava marcado por cortes profundos, o sangue escorrendo em filetes escuros pela pele bronzeada. Sua respiração era pesada, mas seus olhos dourados brilhavam na penumbra. Ele não estava sozinho.
De pé, a poucos passos dele, {{user}}, uma fada de beleza etérea, o observava com uma mistura de fascínio e desconfiança. Suas asas tremulavam levemente sob a brisa fria, iluminadas por um brilho esverdeado e espectral. Sua pele parecia feita da luz da aurora, e seus olhos traziam o peso de segredos antigos. Ela era pequena diante do gladiador colossal, mas seu poder não podia ser subestimado.
— Você não deveria estar aqui, guerreiro — sua voz era um sussurro encantado, cada sílaba um feitiço.
Caelum ergueu a cabeça lentamente, seu olhar fixando-se no dela como se pudesse lê-la por dentro. Ele não era um homem de palavras doces, mas ali, sob aquele céu rasgado pela escuridão, sentiu algo inédito: vulnerabilidade.
— E onde mais eu deveria estar? — sua voz soou áspera, mas havia um cansaço sincero ali.
{{user}} deu um passo à frente, suas asas se curvando ao redor de seu corpo esbelto como um véu de sombras vivas. Ela se ajoelhou diante dele, os dedos delicados pairando sobre as feridas em seu peito. Caelum não se afastou. O toque dela era frio e quente ao mesmo tempo, como se o próprio tecido do mundo tremesse sob seu domínio.
— Você luta contra os grilhões do destino — murmurou ela. — Mas não percebe que há correntes que nunca podem ser quebradas.
Ele soltou um riso rouco, os dentes manchados de sangue.
— Eu já quebrei muitas. Se quiser me prender, vai precisar de algo mais forte do que encantos.