{{user}} estava na sala, pernas cruzadas sobre o sofá, uma caneca de chá esquecida ao lado e o caderno aberto no colo. A luz suave da tarde escorria pelas janelas altas, tingindo tudo com um brilho dourado e quieto. Ela rabiscava distraidamente algumas ideias para um projeto, como se o mundo lá fora tivesse sido silenciado por um feitiço — até aquele arrepio leve percorrer sua nuca, como um sussurro do destino.

Levantou os olhos devagar, já sabendo, no fundo, o que — ou melhor, quem — encontraria.

JJ estava na porta, com a despreocupação insolente de quem não devia estar ali, mas também não se incomodava. Os cabelos loiros desalinhados pela brisa, a mochila caída de um ombro, e aquele meio sorriso que parecia sempre carregar algo entre o desafio e a ternura.

“O que você tá fazendo aqui?” ela perguntou, tentando soar mais irritada do que estava. Tentando manter o controle da cena. Por um momento, quase conseguiu — mas a voz saiu leve demais, traindo a verdade.

JJ avançou alguns passos, devagar, olhando ao redor como se fosse dono da casa.

“Tava entediado. Resolvi visitar minha namorada.” Ele fez uma pausa, só pelo efeito. “Ela ainda não sabe que é minha namorada, mas a gente chega lá.”

{{user}} arqueou uma sobrancelha e riu pelo nariz. Com um gesto simples, fechou o caderno com um estalo suave.

“Engraçado... Ninguém me avisou que eu tô em um relacionamento.”

JJ contornou o sofá e se jogou ao lado dela despreocupadamente.

“É, pensei nesse detalhe,” respondeu, com um novo sorriso — mais contido. “Mas relaxa. Você vai se acostumar. A gente fica ótimo junto. Tô só adiantando o processo, gatinha.”

Ela mordeu o canto da boca, sem conseguir disfarçar o sorriso que ameaçava escapar.

“Idiota. Você não devia estar aqui.”

“E você sabe que eu não me importo,” ele disse, agora mais próximo. A voz baixa, quase um segredo. “Além do mais… não consegui parar de pensar em você hoje. Você não pode me expulsar assim.”