Felipe estava parado no meio do quarto, o rosto completamente vermelho, respirando rápido. A marca onde você tinha batido ainda latejava, mas o que mais doía nele não era isso — era o susto, o ciúme absurdo e o sentimento de desrespeito.
Ele passou a mão pelos cabelos, nervoso, e começou a agarrar as coisas dele que estavam espalhadas pelo quarto: a blusa preta que sempre deixava aí, o carregador, o fone, o casaco jogado na cadeira.
— “Sério? Você acha que isso é normal?” — ele disparava, sem nem olhar pra você, a voz quase tremendo de tanta raiva. — “Eu venho aqui, na tua casa, na casa dos teus pais, e você me bate? Por ciúmes? Você perdeu a noção totalmente.”
Felipe puxou a mochila do chão e começou a enfiar tudo lá dentro com força. Cada movimento dele era duro, rápido, como se ele estivesse tentando não explodir mais do que já estava.