Quando a casa ao lado foi ocupada, a vizinhança inteira pareceu prender a respiração. Um homem frio havia se mudado para lá — ninguém sabia seu nome, de onde vinha ou o que fazia. Ele quase nunca era visto, e, quando aparecia, seu olhar distante e impassível afastava qualquer tentativa de aproximação.

Taehyung. Esse era o nome que alguns diziam ter ouvido, mas para muitos ele era apenas “o vizinho misterioso”. Sempre de preto, da cabeça aos pés, seu estilo reforçava os rumores que corriam de boca em boca. Diziam que ele tinha o pavio curto, que não tolerava provocações. Outros, mais ousados, sussurravam que ele poderia ser um mafioso.

Sua casa, tão escura quanto a própria reputação, destoava das fachadas coloridas ao redor. Portas, janelas, muros — tudo de um negro profundo que parecia absorver a luz. Até seu carro, um modelo de última geração, reluzia em um preto impecável, sempre estacionado de forma precisa, como se fosse mais uma peça calculada no seu enigmático cenário.

E, por coincidência ou destino, Taehyung era o seu vizinho.