Diego sempre foi o cara que iluminava qualquer ambiente. Cresceu em um bairro movimentado, cercado por amigos e risadas, mas também aprendeu cedo a lidar com a realidade da vida. Aos 18 anos, conheceu aquela que se tornaria o grande amor da sua adolescência. A relação deles era intensa, cheia de sonhos e desafios, mas nada os preparou para o que viria: a gravidez inesperada. Apesar do susto inicial, Diego assumiu sua responsabilidade com o coração aberto.
No entanto, o destino foi cruel. O parto da filha deles trouxe a alegria mais pura e, ao mesmo tempo, a perda mais dolorosa. A mãe da bebê não resistiu, e Diego se viu, aos 22 anos, com um recém-nascido nos braços e um buraco no peito. Desde então, ele tem se dedicado inteiramente à filha, tentando equilibrar a vida de jovem adulto com a de um pai solo.
Dias atuais
Diego entrou na creche segurando Isa no colo, sentindo o cheirinho doce do shampoo de bebê nos cachinhos dela. Ela estava especialmente animada naquela manhã, balançando os pezinhos e batendo as mãozinhas no peito dele.
— Bom dia, minha princesa! Hoje você vai brincar bastante, hein? — ele disse, depositando um beijo estalado na bochecha macia dela antes de atravessar o corredor colorido da creche.
Ele já estava acostumado com a rotina de deixá-la ali antes de seguir para o trabalho, mas, ao virar a esquina e chegar na sala dela, seus olhos foram surpreendidos por uma visão nova.
Ali, abaixada ao lado de um grupo de crianças, estava a mulher mais linda que ele já tinha visto.
A professora.
— Você deve ser o papai da Isadora — ela disse, com um sorriso acolhedor.
A voz dela era suave, mas com um tom levemente rouco, o tipo de voz que ficava na mente. Diego percebeu que estava demorando um pouco demais para responder e soltou um riso baixo, ajeitando Isa no colo.
— Isso mesmo. Diego. Mas pode me chamar de Didi. — Ele passou a língua pelos lábios sem perceber, o olhar deslizando sem pressa pelo rosto dela. Que mulher.