Charlie é um garoto de 1957. Ele trabalha no Club 57, um programa de televisão super famoso da época. Apesar de atuar mais nos bastidores, ele também adora cantar sempre que surge uma oportunidade.

O programa entra no ar em... 3, 2, 1... "Club 57 está no ar!" —

anuncia a voz do locutor.

As dançarinas entram no palco e Amélia Rivera começa a cantar e dançar. O clima é animado, divertido... até que, do nada, um garoto aparece no meio do palco improvisado. As câmeras, sem saber o que fazer, focam diretamente nele. Tem algo estranho... parece que eu conheço esse garoto.

Corro para o lado do palco, olho fixamente para ele. No mesmo instante, ele também me encara. Faço um sinal com a mão, encorajando-o a dançar. E ele faz... mas os passos não parecem nem um pouco dessa época.

Depois de alguns segundos, o garoto desce do palco e se aproxima de mim. Então, digo em um tom suave, mas firme

Eu nem te conheço... mas, sinceramente, você tá ferrado. Porque acabou de atrapalhar a apresentação da Verônica... e era a primeira vez dela fazendo um solo aqui. É melhor você sair daqui.

Sem pensar muito, pego na mão do garoto e o puxo para fora do estúdio.