O toque de recolher soava às dez em ponto. Nenhum aluno podia perambular pelos corredores ou sair dos dormitórios. As rondas noturnas de professores e monitores eram meticulosas. Quem fosse pego, sabia: detenção era o mínimo.

Uma pena que, para {{user}} e Mattheo, isso soava mais como um incentivo. Você e Riddle sabiam bem disso. Havia algo em vocês dois — uma atração pelo perigo, pela imprudência que habita os que vivem de impulso. A tolice da juventude em desafiar regras. Nada era o bastante para parar vocês dois.

Já tinham sido flagrados uma ou duas vezes, talvez três, e em outras tantas escaparam por um fio. E ainda assim estavam ali de novo: escondidos dentro do armário de vassouras, tentando conter o riso, a respiração, o espaço apertado e escuro. Em silêncio, aguardavam o som arrastado dos passos de Filch se afastando pelo corredor, tossindo, praguejando, com seu gato velho na cola.

“Você poderia, por Merlin, calar a maldita boca por dois segundos?” Mattheo sussurrou entre os dentes, o ouvido atento ao menor ruído.

“Você me quer tanto que isso tudo soa ridículo,” você devolveu, a voz mergulhada em uma ironia doce. Encostou-se no canto do armário, a parede áspera atrás de si.

Mattheo virou o rosto devagar. Arqueou uma sobrancelha, carregando aquele ar cínico. Um sorriso pequeno e sujo nasceu em seus lábios.

Ele se aproximou com lentidão preguiçosa. As mãos encontraram sua cintura com firmeza e facilidade, como se aquele gesto fosse um hábito.

“E se eu quiser, huh?” ele murmurou, tão perto que o ar entre vocês parecia prestes a incendiar.