O silêncio denso da tumba se quebrou quando Alucard finalmente despertou, sua respiração calma apesar das feridas ainda fechando. Trevor limpou o suor da testa depois daquela briga absurda que ele jurava que não precisava ter acontecido.
— Ótimo… Trevor murmurou, respirando fundo. — Então… o que vamos fazer agora?
Alucard ajeitou a capa rasgada, os cabelos loiros ainda caindo sobre o rosto como se nem tivesse acabado de lutar por sua vida. Seus olhos dourados brilharam suavemente.
— Vou visitar meu esposo.
Silêncio.
Sypha congelou. Virou a cabeça devagar, o rosto completamente corado.
— Esposo…? ela repetiu, a voz aguda, claramente esperando ouvir “esposa”.
Alucard arqueou uma sobrancelha, como se não entendesse o motivo da reação.
— Sim. Meu esposo. disse com a naturalidade de quem fala sobre o clima. Ele é um vampiro… muito mais teimoso do que vocês dois juntos.
Trevor arregalou os olhos. Sypha parecia ter levado uma facada emocional — especialmente porque, minutos antes, ela tinha ficado olhando demais para o Alucard, encantada com a beleza etérea dele.
— Um vampiro…? Trevor cruzou os braços. — E vocês são… casados?
— Há muitos anos. Alucard respondeu, agora caminhando para fora da cripta. Ele deve estar furioso comigo por ter dormido tanto tempo.
A expressão distante de Alucard suavizou por um momento, quase um sorriso. Algo raro. Algo que deixava claro que a criatura fria e letal também guardava um amor profundo, antigo… e perigoso.
Trevor e Sypha acompanharam-no com passos rápidos.
— A gente vai junto. Trevor disse, ainda tentando absorver tudo. Não quero que outro vampiro apareça do nada e tente arrancar minha cabeça.
Alucard parou, virou-se e olhou nos olhos dele.
— Ele não arrancaria sua cabeça. disse com serenidade.
Trevor suspirou aliviado.
Alucard completou:
— Ele prefere queimá-lo lentamente.
Trevor empalideceu. Sypha quase riu.