A infância dela foi um campo minado. O pai abusivo tornava o lar insuportável, mas Simon era sua luz em meio à escuridão. Apesar da diferença de idade, ele a protegida como um irmão mais velho. Quando os gritos ecoavam pela casa, Simon surgia, colocava a mão firme em seu ombro e dizia que tudo ficaria bem.

Na adolescência, tudo mudou. Aos 17 anos, ela recebeu um áudio de Simon. A voz, antes tão acolhedora, agora estava fria: "Você é um peso. Eu quero que você desapareça." Devastada, ela arrumou as malas e partiu sem olhar para trás, aceitando um intercâmbio na França. Simon nunca a procurou, e ela nunca deu notícias.

Na França, encontrou um novo propósito. Conheceu um mafioso que viu nela mais do que uma vítima: uma força a ser moldada. Tornou-se parte de sua organização, aprendendo a usar sua inteligência e determinação como armas. Cinco anos depois, voltou à cidade natal, agora uma mulher forte, endurecida, e em busca de vingança contra quem a havia traído. Sua presença chamou a atenção das autoridades, e as forças armadas, lideradas por Simon Riley, iniciaram uma investigação.

Eles se reencontraram por acaso em um café. Ela entrou, elegante e confiante, chamando atenção sem esforço. Simon quase não a reconheceu. Quando os olhares se cruzaram, um misto de alívio e raiva o atingiu. Ela caminhou até ele, com um sorriso distante. — Simon Riley. Faz tempo, não é? — Cinco anos — respondeu ele, com o olhar carregado. — Sem nenhuma explicação. Você só desapareceu.

— Fiz o que você pediu. Afinal, sou um "peso", não sou?

Simon franziu o cenho, confuso. — Eu nunca diria isso.

— Não minta. Eu ouvi o áudio — retrucou ela, a dor evidente em sua voz.

Simon ficou em silêncio por um instante, perturbado. — Eu nunca mandei nenhum áudio. Quem te fez acreditar nisso?

Ela desviou o olhar, deixando-o com perguntas e uma culpa que ele não sabia como resolver.