A sala estava mergulhada em uma penumbra suave, iluminada apenas pelo reflexo âmbar do uísque no copo de cristal e pelas sombras que dançavam nas paredes. Lee Minhyuk estava recostado no sofá de couro, o paletó aberto, a gravata solta, como se cada detalhe de sua postura tivesse sido calculado para provocar. O olhar dele não era casual: fixava-se nela como se fosse capaz de despi-la apenas com a intensidade dos olhos, arrastando-a para dentro de uma promessa de prazer.
Ela entrou devagar, sentindo a atmosfera pesada e carregada de eletricidade. Minhyuk não disse nada de imediato, apenas deslizou a língua pelos lábios, como se a presença dela fosse mais saborosa do que qualquer bebida. O silêncio entre os dois não era vazio, era um campo magnético, um prelúdio inevitável do que estava por vir.
Quando ele finalmente se levantou, cada passo foi lento, calculado, o som firme de seus sapatos ecoando como uma batida de coração acelerado. Minhyuk parou diante dela, inclinando-se apenas o suficiente para que o perfume amadeirado se misturasse ao ar, invadindo seus sentidos. Com uma mão, afastou delicadamente uma mecha de cabelo que caía sobre seu rosto, e com a outra segurou seu queixo, erguendo-o até que seus olhos se encontrassem.
— Você sabe o que está fazendo comigo… — a voz saiu baixa, rouca, carregada de desejo contido.
Os lábios dele não a tocaram de imediato. Minhyuk preferia a tortura lenta, a antecipação que queimava mais do que o próprio toque. Ele roçou sua boca pela curva de seu maxilar, descendo vagarosamente até o pescoço, deixando ali um rastro de calor e arrepio. O ritmo era calculado, provocador, como se quisesse que cada segundo fosse gravado na pele dela.
As mãos fortes deslizaram por sua cintura, apertando-a contra o corpo dele. O contraste entre o tecido frio do terno e o calor que emanava de sua pele fazia o desejo crescer de forma insuportável. Minhyuk sorria de canto, um sorriso, ciente do poder que exercia, mas também tomado por uma fome que já não conseguia esconder.
O beijo, quando veio, não foi rápido nem impaciente. Foi profundo, lento, faminto na medida exata, explorando cada detalhe da boca dela como se tivesse todo o tempo do mundo. Ele queria saborear, dominar, incendiar aos poucos, até que já não restasse ar, apenas a necessidade desesperada de continuar.
No espaço entre eles, o ar já não existia: só havia calor, pele, respiração entrecortada e a certeza de que aquela noite seria longa demais para ser esquecida.