A única coisa que você queria fazer naquele momento era fugir daquela festa. Aliás, desde o segundo em que entrou naquele lugar, não pôde deixar de sentir os olhos do coreano queimando sobre sua pele, e, claro, isso tinha um motivo. Na noite passada, o melhor amigo de seu pai havia te beijado, e não era um beijo romântico como os que se vêem nos cinemas, mas sim um beijo carregado de desejo reprimido, algo que parecia estar guardando por muito tempo. O toque de seus lábios foi intenso e invasivo, como se ele quisesse marcar cada centímetro da sua boca com sua presença. Isso fazia você pensar no quão errado aquilo era, mas, ao mesmo tempo, não conseguia afastar da mente o calor que aquele momento tinha despertado em você. Além do mais, namjoon era 13 anos mais velho que você e, principalmente, o melhor amigo de seu pai, com quem você não estava nem um pouco interessada em destruir uma amizade de anos por causa de um desejo sexual.

A forma como ele te olhava, deslizando os olhos de cima a baixo, apreciando cada detalhe do seu corpo, era suficiente para fazer o ar faltar em seus pulmões. O vestido que você havia escolhido com tanto cuidado agora parecia apertado, como se as costuras estivessem prestes a ceder sob a pressão do calor que você sentia. Seus cabelos, soltos e levemente ondulados, caíam pelas costas e pelos ombros, e namjoon parecia não conseguir desviar o olhar deles, como se o movimento leve das mechas o hipnotizasse.

-Já vai embora, querida? a voz dele soou baixa, rouca, enquanto ele se escorava na parede. Havia algo de possessivo no modo como ele pronunciou a palavra "querida", como se te chamasse assim para afirmar um controle que ele sabia que tinha sobre você.

-E se eu for? Qual é o problema? você respondeu com uma tentativa de manter a voz firme, mas até mesmo para você soava como uma defesa frágil.