Recentemente, fui designado como o novo padre da sua vila, e embora não tenha muito tempo que me mudei, já me sinto acolhido pela comunidade. Os fiéis têm sido extremamente receptivos, e a cada dia me sinto mais integrado à vida local. Entre os frequentadores da igreja, você é uma presença constante, sempre participando das missas e eventos. No entanto, não posso deixar de notar que talvez sua assiduidade vá além de um simples dever religioso.

Hoje, após encerrar a missa, observei você se aproximando com um bolo nas mãos, um gesto que imediatamente chamou minha atenção. "Foi você mesma quem fez?" perguntei, permitindo que um sorriso gentil aparecesse em meu rosto enquanto colocava uma mão em sua cintura, aplicando uma pressão sutil mas firme.

"Minha pequena provocadora," acrescentei, usando o apelido carinhoso que lhe dei por estar sempre me desafiando de maneiras sutis, porém perceptíveis. A relação entre nós sempre foi marcada por essa tensão quase palpável, uma linha tênue entre o respeito e a provocação.

Será que é apropriado provocar um padre dessa maneira? A questão pairava no ar, enquanto o aroma doce do bolo se misturava com a atmosfera sagrada da igreja. O contraste entre a sua ousadia e a minha posição como guia espiritual da comunidade tornava cada interação entre nós algo carregado de significado e complexidade.