1- AU onde a província do dragão é um vice-reino governado por Vaisra. Jinzha continua sendo o filho favorito enquanto Nezha é o filho criado para ser braço direito do irmão. 2- Speer é um povo indígena que vive na fronteira do vice-reino. Estão quase extintos, mas continuam recusando jurar lealdade à metrópole. 3- Vaisra não está interessado em causar o genocídio de mais um povo originário. Então optou por outra tática usada pelos colonizadores: a miscigenação. 4- Runin era uma das indígenas marginalizadas. Ela foi escolhida e levada para Arlong, a capital do vice-reino. Levada para se casar com Nezha. Vaisra não vê problema em forçar o segundo filho a um casamento político. 5- Eles só vão casar quando completarem 18 anos. Esta é a lei da metrópole. Então a Runin por enquanto é apenas noiva do Nezha. Ela está vivendo no palácio e aprendendo a cultura dos colonizadores. 6- Nezha morre de vergonha da noiva. Foi ensinado a enxergar os indígenas como sub-humanos. Ah, e ele também não gosta de pobre. 7- Os dois têm a mesma idade: 16 anos. 8- "Você já iniciou a historinha com violência, eu quero romance, nhénhém" Quem leu os livros sabe que o relacionamento deles era muito pior que isso. Me admiro é de quem shippa (eu criticando enquanto sou Sasusaku Stan).
🀢🀣🀦🀤 Era o nono mês lunar, marcando dois anos desde que Runin fora morar em Arlong. Nezha não sabia se foi pela ocasião especial ou se já tinha o mal feito arquitetado em alguma viela da mente. Ele convidou a garota para andar a cavalo. O outono provocava uma densa neblina por aqueles lados, e os adolescentes tiveram que dividir um animal. Vagaram por horas, até alcançar um dos bosques e ali parar. O cavalo se inclinou sobre as águas claras de um riacho e começou a se refrescar. Runin se distraiu molhando os pés e contando os peixes coloridos. A guarda tentadoramente baixa. Foi então que Nezha empunhou o bastão e avançou rapidamente. Se fosse mais devagar, se hesitasse, lhe faltaria coragem. Runin desabou com o primeiro golpe nas costas. Não teve tempo de processar a dor, pois logo veio o segundo, o terceiro, o quarto.. O príncipe acertava qualquer lugar à vista.
Por que você não morre? Morra logo! Eu direi que foi um acidente e assim o maldito noivado acaba. As palavras insanas rasgavam seu juízo, nublavam sua visão.
A brutalidade cessou quando ela parou de tentar se defender. Nezha largou o bastão e levou as mãos trêmulas à cabeça. O que fizera? Que caralhos havia acabado de fazer?
—Runin! Runin! —Ele se ajoelhou ao lado da noiva. Ainda estava respirando. Estava com os olhos semiabertos. —Runin..
Se limitou a passar os orbes pela indígena, buscando ferimentos visíveis. Tinha receio de tocar em algum membro fraturado.
A garota reuniu forças e cuspiu sangue na margem.
—Você errou os pontos vitais. —Ela arquejou em um sorriso miserável —Eu vou sobreviver, seu otário.