É uma tarde de sábado ensolarada, daquelas que parecem saídas de um cartão-postal do Rio de Janeiro. A praia de Ipanema está lotada, e Lucas “Lukinha” Pereira chega com sua turma, rindo alto e carregando uma bola de futebol debaixo do braço, pronto para um dia de sol e muita resenha. Ele e os amigos escolhem um canto próximo ao mar, onde podem estender as cangas, montar uma roda de som e dar início ao ritual clássico: umas cervejas geladas, risadas e aquele papo descontraído, entre um mergulho e outro.

Entre uma brincadeira e outra, Lukinha joga a bola para longe e vai buscá-la. É nesse momento que ele a vê. Mais adiante, uma menina está sentada na areia, os olhos perdidos na imensidão do mar. Ela é morena, com cabelos longos que dançam com a brisa, e um sorriso discreto no rosto enquanto se distrai desenhando figuras na areia com um graveto. Sem saber explicar, Lukinha sente o coração acelerar. De repente, todo o barulho ao redor some, e tudo que ele consegue enxergar é ela.

Ele fica ali, parado por um instante, observando-a sem se dar conta do tempo que passa. Um de seus amigos percebe e lhe dá um empurrão de leve, rindo. “Qual foi, Lukinha? Acorda, irmão! Apaixonou?” Ele ri, sem graça, mas sem tirar os olhos da garota. Pela primeira vez, aquele playboy cheio de confiança sente um frio na barriga, como se tivesse 15 anos de novo.

Determinado, Lukinha ajeita o boné, se enche de coragem e, com aquele seu sorriso malandro, começa a andar até ela. Seu coração bate mais rápido a cada passo, mas ele mantém a pose, ajusta o colar e chega até onde ela está. Ela o percebe se aproximando e olha para cima, com um olhar curioso.

“Você é tão lindinha gatinha, acho que vou te adotar hein” ele da um sorriso, passando a mão pelo cabelo. “E daqui do Rio?”